terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Wing Chun - Do Conhecimento Teórico a Aplicação Prática Real

 Uma matéria escrita pelo ShiFu Hudson William para seu site: www.hudsonwillian.com.br

Este artigo tem por finalidade tentar colocar o leitor em consonância com a realidade do sistema de treinamento Applied Wing Chun que recebi de meu Shifu e Sikung.
Basicamente podemos dividir em duas etapas de treinamento para, de forma singela, chegar ao clímax do entendimento.
Ao entender o treinamento teórico e sua diferença da Aplicação prática, o leitor poderá com facilidade notar a diferença entre nossa escola e demais vertentes do Wing Chun pelo mundo.
Ao me referir a “nossa escola”, estou me referindo a Applied Wing Chun, sendo que para facilitar a narrativa e torná-la menos cansativa, utilizarei o termo “AWC” Applied Wing Chun”.
Insta salientar que esta explanação é fruto de minha experiência ao longo de mais de 20 anos de artes marciais e do farto convívio com meu Shifu, bem como minhas viagens de treinamento para com o Wing Chun em três países diferentes e pelo Brasil a fora.
Conhecimento Teórico.
A princípio, o leitor deve já ter feito seu prospecto em sua mente da seguinte forma: “Conhecimento teórico é o que tange aos princípios elementares do sistema Wing Chun”, ou seja, ataque e defesa simultâneos, linha central, chutes baixos etc.
Pois bem, para que o caminho que proponho dentro de minha explicação não venha  ser desviado por conta da experimentação e conhecimento pretérito de cada leitor, explicarei com detalhes o ponto onde quero chegar.
O conhecimento teórico se refere a totalidade das técnicas ensinadas no inicio de cada nível de aprendizado, quer seja Siu Lin Tao, Chun Kiu ou Biu Jee, sendo estes treinamentos estáticos, pré ordenados, com golpes previamente combinados entre os praticantes. Ex: Treinamento de Pak Sao, Tan Sao, Kan Sao, Socos etc.
Ainda se incluem na parte teórica o treinamento de base, socos e chutes em aparadores partindo de um ponto definido, bem como  as formas (taolu) de cada nível, Tan Chi Sao e Seong Chi Sao.
Após o iniciante ter coordenação motora, conhecer os ângulos de cada técnica estática ou ainda com deslocamentos previamente estabelecidos, pode-se dar inicio ao treinamento prático no sentido que eu irei apresentar.
Neste momento você pode estar se perguntando: “Mas este já não é o treinamento prático?”
A resposta para sua pergunta pode ser sim e não, depende do ponto de vista de quem ensina.
A razão de esta resposta ser dúbia é simples: Tudo que é previamente acordado em Wing Chun ou em qualquer outra arte marcial que seja deve ser denominado como Treinamento Teórico.
A Razão assiste a explanação acima, senão vejamos:
O praticante “A”  tem a incumbência de desferir golpes retos com os braços, quando o praticante “B” tem por objetivo defender tais movimentos pré-determinados de “A”, o que caracteriza um treinamento teórico, uma vez que, na prática REAL, tais ataques não podem ser previamente acordados.
Neste diapasão, podemos e devemos denominá-lo de treinamento teórico, pois  se faz uso de tais “ritos” para desenvolver um conceito e analisar um tipo específico de atuação.
Assim, conforme narrado no exemplo acima, o praticante “A” não poderá inovar a qualquer momento, ou seja, não poderá variar seus socos, agarrar, chutar ou qualquer outra conduta sem que a mesma esteja previamente estabelecida entre as partes, tornando-se assim um treinamento teórico do ponto de vista de luta real.
Neste ponto é que os sistemas de Wing Chun em sua grande maioria se aproximam desta forma, tudo que sai desta esfera torna-se difuso do que a maioria destes praticantes conhecem.
Aplicação Prática.
Esta esfera é a que faz com que haja a diferenciação entre os praticantes de todas as artes Marciais, em especial aos praticantes de Wing Chun.
A liberdade no treinamento de sparring é a realidade que levará o praticante a desenvolver a aplicabilidade do sistema e não há como fugir desta situação quando o objetivo for o de se tornar um lutador.
O âmago do sistema deve ser sempre colocado em primazia, ou seja, a suprema realidade da defesa pessoal.
Nesta fase do treinamento, o praticante após ter adquirido o conhecimento teórico dos ângulos, da energia de cada golpe, do tempo de execução, dos reflexos primários, linhas lateral e central, quadrantes expostos e fechamentos dos mesmos, bem como amplitude de cada técnica, terá o mínimo de condições para ser bem sucedido na parte prática, ou seja, no chamado sparring livre.
Desta feita, é necessário salientar que cada praticante tem um tempo para apresentar a compreensão devida para seu sucesso em luta, deve se ter em mente que o treinamento deve se aproximar ao Maximo do confronto real, pois na prática o desenvolvimento do equilíbrio psicológico e emocional deve caminhar em consonância com a técnica.
Como diz meu Sikung Duncan Leung: “O Wing Chun é tão simples que as pessoas complicam”. Seguindo este conceito, consigo entender porque tantos praticantes tendem a focar em tudo no Wing Chun, menos na parte marcial.
Com  o treinamento de sparring livre, deve se utilizar oponentes mais altos, mais baixos, mais fortes, mais fracos, mais rápidos etc., pois desta maneira as técnicas serão lapidadas e o praticante conhecerá as técnicas de seu arsenal que mais lhe trazem confiança e as que devem ser mais praticadas melhorando a fluência.
Comumente no AWC, desenvolvemos o treinamento do chamado “circulo”, onde o praticante é cercado por oponentes que desferem golpes pré-ordenados no intuito de treinar  quem esta no centro, porem, esta é a primeira fase do treinamento, logo após, os golpes não serão mais pré ordenados e o praticante de AWC deverá responder de forma fluente aos ataques intentados.
A fase que não pode ser ignorada e que muitos praticantes tendem a se esquivar é a de combate livre, onde com a proteção básica, como capacete e luvas de MMA devem ser realizados de forma freqüente, oportunidade impar de testar seus conhecimentos e lapidar as técnicas e sentimentos buscados na construção de um lutador.
No quesito de combate livre, não se deve impor regras e mais do que isso, deve se buscar oponentes das mais diversas modalidades, pois somente assim, poderá o então aspirante a lutador se deparar com situações adversas a ponto de qualificá-lo em seu treinamento, abandonando o conjunto de teorias e passando a experimentação propriamente dita.
Esta fase eu acredito ser a mais dolorosa para o praticante, pois terá que lidar com as dores e traumatismos provenientes do contato físico do combate, além de ter que controlar seu emocional em busca do objetivo almejado, ou seja, formar-se um lutador.
Quantas pessoas acham que são lutadoras por treinar artes marciais? Pois bem, não basta treinar artes marciais para se tornar um lutador, a questão esta em como treinar...
Conclusão
Este texto é muito singelo sobre o tema, serve apenas como referência para levar o praticante a uma reflexão mais acentuada sobre sua condição no universo das artes marciais em especial ao Wing Chun, e desta forma, lembro-me de uma matéria escrita por meu Shifu Li Hon Ki em uma revista já extinta, mas muito famosa na década de 90, chamada “Revista KIAI”, onde ele falava: “Um bom professor é como um médico, que pode curar seu paciente ou levá-lo a óbito, pois seu treinamento poderá alimentar sua ilusão, ou prepará-lo para enfrentar os desafios advindos”.
Agradeço ao meu Shifu pela paciência nas longas horas madrugada adentro que conversamos sobre nosso sistema e a realidade da aplicação na luta, pois sei que na analogia acima descrita ele foi o melhor médico que já conheci.

* Texto retirado do original publicado no site: www.hudsonwillian.com.br

  "Agradeço  a meu Shifu, Hudson Willian, por deixar-me divulgar livremente suas idéias, as quais, com as quais e pelas quais me identifico e busco compreensão do Sistema Applied Wing Chun, assim como com de toda minha existência dentro das Artes Marciais Chinesas". Sihing Everaldo Santos

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Inauguração do Yip Man Memorial Museum


Foi inaugurado o

Yip Man Memorial Musiam o qual já tem a foto do SitaiKung Duncan Leung e que tambem terá do Sikung Li Hon Ki. Pelo site dá para ver muitas coisas mais....Acessem

*fonte:
  postado inicialmente pelo Shifu Florentino em sua página da Applied.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Currículo de Medalhas:


Alguns dos brindes que adiquiri durante os anos em que competi. Espero voltar aos campeonatos logo


     
18/05/2003 – Camp. Paulista – U. G. A. B.– 3º Lugar Técnicas de Mãos do Sul;

09/08/2003 – Camp. Paulista – F. P. K. T.– 2º Lugar em Combate;

16/05/2004 – Camp. Paulista – U. G. A. B.– Campeão Técnicas de Mãos do Sul;

01/08/2004 – Camp. Paulista – U. G. A. B.– Campeão Técnicas de Mãos do Sul;

21/11/2004 – Camp. Brasileiro – U. G. A. B.– Campeão em Combate;

21/08/2005 – Camp. Paulista – U. G. A. B.– 3º Lugar Técnicas de Mãos do Sul;

02/10/2005 – Camp. Paulista – F. P. K. T.– 3º Lugar Técnicas de Mãos do Sul;

02/10/2005 – Camp. Paulista – F. P. K. T.– Campeão em Combate.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Convite: Campeonato Brasileiro e Inter Estados

Campeonato Brasileiro e Inter Estados

11 de Dezembro2011


Local: Ginásio do Esportes Clube Banespa - Av. Santo Amaro, 5355 - Santo Amaro - São Paulo
Horário: Abertura Oficial as 09:00Hrs

Realização:
Confederação Brasileira de Artes Marciais Chinesas - C.B.A.M.C.
Federação Paulista de Kuoshu Kung Fu Tradicional  - F.P.K.T

Mais informações: 11- 5671-6054 ou 11-7240-5222